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Web Art - 1ª Parte

  • Wikipedia.
  • 26 de dez. de 2017
  • 6 min de leitura

WEB ART

No limite, se as obras se desmaterializam e se multiplicam, não faz mais sentido pensar num espaço físico para expô-las, ou num lugar para onde o público deveria se dirigir em períodos preestabelecidos. Elas poderiam ser recebidas em casa pelos mais variados meios, como o telefone, o videofone, o fax, o rádio e a televisão, ou ser "acessadas" por meio de redes telemáticas como a Internet.

Talvez a Bienal do futuro não aconteça mais num prédio instalado no Parque Ibirapuera, que abre as suas portas uma vez a cada dois anos para uma celebração coletiva. A Bienal do futuro poderia ser uma rede de conexões entre artistas e instituições que fazem trabalhos criativos, não localizada em lugar algum, disponibilizada para o acesso público e organizada por um corpo de curadores espalhados por todo o mundo. Organizar uma exposição poderia significar interligar várias experiências que já acontecem no campo "desmaterializado" das redes telemáticas, oferecendo ao visitante (agora chamado de usuário) conceitos ou idéias-chave que permitam compreender determinados campos de acontecimentos. Visitar a Bienal poderia significar simplesmente ligar o computador e apontar o browser para o seu endereço eletrônico.

A web Art ou net Art é o setor mais recente dentro do sempre mutante campo das artes eletrônicas. Ela representa uma fusão da arte-comunicação com a arte digital. Historicamente, a arte-comunicação utilizou recursos predominantemente não digitais (mail Art, fax, telefone, slow-scan TV, etc.) ou semidigitais (videotexto) para estabelecer contatos de comunicação, enquanto as artes digitais não lidavam ainda com o conceito de comunicação. A web Art, num certo sentido, dá continuidade à idéia de comunicação, mas agora dentro de um contexto nitidamente digital e valendo-se dessa gigantesca rede mundial de computadores chamada Internet. Ela já permite hoje experimentar uma antevisão desse futuro próximo em que a Bienal - e também as galerias, os centros culturais - poderão existir em forma virtual.

Em 3 de setembro do mesmo ano, aconteceu o Telage 94, um intercâmbio de imagens e sons, via modem, projeto coordenado por Carlos Fadon Vicente, em São Paulo, por Eduardo Kac, em Lexington (Estados Unidos), por Irene Faiguenboim, no Recife, e por Gilbertto Prado, em Campinas. A proposta foi criar uma trama eletrônica de conexões entre diferentes cidades, que se tecia entre as diferentes imagens processadas. Uma imagem distinta era introduzida em cada ponto do circuito e retrabalhada pelos demais participantes.

De 1989 até 1996, Kac desenvolveu o projeto Ornitorrinco. Em 1989, ele começou a trabalhar com Ed Bennett em Chicago e dessa parceria foi projetado, testado e construído o Ornitorrinco, um telerrobô que podia ser controlado a partir de longas distâncias.

Por princípio, os eventos do Ornitorrinco envolviam duas localidades distintas, porém, nada impedia que mais pólos estivessem conectados. Um ou mais membros do público navegavam por instalação ou local remoto, pressionando teclas de telefone comum ou clicando o mouse do computador. Recebiam, então, feedback visual sob a forma de imagens fixas ou em movimento, em tela de computador ou monitor de vídeo. Freqüentemente ocorriam encontros de comunicação via Internet, não com trocas verbais ou orais, mas por meio de ritmos resultantes do envolvimento dos participantes de uma experiência compartilhada no mesmo meio. Os visitantes, nas palavras do autor, experimentavam juntos, no mesmo corpo, um lugar longínquo e inventado sob perspectiva impessoal, que suspendia temporariamente as noções de identidade, localização geográfica e presença física.

Na 24ª Bienal Internacional de São Paulo, foi apresentado também o projeto-instalação Colunismo, de Gilbertto Prado. A instalação consistia em um "portal", com duas webcams conectadas à rede Internet, que eram disparadas por sensores dispostos no espaço físico da instalação pela passagem dos visitantes. Uma vez capturada em tempo real essa imagem local, ela era mesclada com outras (de um banco de imagens sobre o olhar estrangeiro, sobre a antropofagia, a pop Art, cidades e outras categorias) e disponibilizada via Internet para todo o planeta. Outros participantes, fisicamente distantes, via webcam, podiam observar o espaço e a geração de novas imagens locais.

Com o florescimento da web Art, o acesso remoto à Bienal ou a qualquer outro evento artístico está deixando de ser uma possibilidade marginal para se tornar a própria natureza das próximas montagens. Se no futuro os parangolés se transformarem em wearable computers (computadores de vestir) e os objetos relacionais forem desmaterializados em ambientes de realidade virtual.

ITAU CULTURAL – Conceito de Web Art

Internet Art é a designação de um movimento global de arte contemporânea a qual é produzida "para" e "pela" internet. Depois que a rede mundial de computadores deixou de ser de uso exclusivo dos cientistas e militares, os artistas do ocidente até os ex-comunistas do leste europeu tornaram-se seus primeiros participantes.

Uma de suas principais características estéticas envolvem a interatividade, por meio da qual o interagente, atuador ou usuário é capaz, em alguns casos, de modificar o conteúdo do que está sendo acessado, em tempo real, de modo a transformar o evento em função de sua participação.

A criação de um trabalho de arte para a internet, parte do princípio de estabelecer-se relações com a sensibilidade do internauta, tornando a navegação, uma experiência insólita, cômica, hermética, repetitiva, labiríntica, estética etc.

Assim, a leitura de típicos trabalhos de Internet Art que se utilizam de elementos do universo computacional (botões padrão, barras de navegação, mensagens típicas de softwares etc.) dependerão da existência das informações deste universo no repertório visual e cotidiano do visitante. Em outras palavras, se ele não conhecer do que se trata, sua leitura corre o sério risco de não ser satisfatória e ficar somente em nível estético ou da composição estrutural das imagens.

Neste contexto, o universo poético das ações artísticas na Internet muitas vezes se apropriava da sensação de incerteza e desconhecimento; as telas com seus códigos e conteúdos distribuídos por longas barras de rolagem, as necessidades de instalação de inúmeros plug-ins , os conteúdos multimídia condicionados a longas esperas, os conteúdos pouco dinâmicos e especialmente a pouca atratividade visual das páginas da chamada primeira geração da rede, certamente fazia daquela situação, uma experiência muito mais underground do que hoje – o ambiente propício para gerar desvios poéticos.

E claro, há que se observar o caráter de novidade: transmitir imagens com recursos mínimos, por exemplo, implicou não somente em nova concepção de transmissão – conceito até então exclusivo das grandes empresas de telecomunicações – como também era o enunciado de uma das mais recorrentes cenas do imaginário tecnológico. Em determinados casos, apenas o “estar na rede” já era o bastante – o poder de atravessar fronteiras em cliques, encurtar as distâncias entre os homens e as imagens. A rede apresentou-se para muitos artistas como a resposta a longas buscas anteriores: os artistas da chamada Mail Art – um dos primeiros movimentos em torno da distribuição transnacional e da produção colaborativa – que fazia uso do correio tradicional para troca e trânsito de trabalhos artísticos, certamente enxergaram os seus desejos concretizados. Da mesma forma, a Internet se apresentou como o ambiente propício de todas as teorias democratizantes – da informação a arte – visto que possíveis práticas de controle na rede eram muito menos evidenciadas. Enfim, todas as incursões de uma primeira geração de sites trabalhavam no sentido de formação de um modus operantis da rede, ao mesmo tempo em que diversas incursões artísticas – a chamada web arte – buscavam o desvio daquilo que se esboçava.

A produção em web arte necessariamente está ligada ao campo de significações que a Internet – em especial, ao universo da World Wide Web – suscita, como também às especificidades técnicas e conceituais que nela se inserem. Tecnicamente falando, essa produção é calcada na efemeridade: a tecnologia permanece em caráter de atualização constante e deste modo a cada instante os trabalhos estão sujeitos a novos elementos em sua visualização, tais como novos browsers ou plug-ins. Ao contrário de outros meios mais tradicionais, a recepção técnica pode variar conforme as especificidades de cada equipamento que se conecta ao trabalho, tornando-se algumas vezes impossível determinar com precisão a visualização e funcionamento em cada computador visitante.

No que concerne à sua distribuição, a web arte proporciona um espaço em que os trabalhos são vinculados de modo independente, visto que não é necessário que o mercado da arte aceite determinada produção para que ela venha a estar disponível ao público. Quando baseados em sites da rede, os trabalhos são publicados e disponibilizados muitas vezes com recursos próprios dos artistas, através de seus equipamentos ou aos que tem acesso. Não só realizam a produção como também utilizam a própria rede para divulgar por meio de e-mails, blogs e/ou comunidades virtuais. É uma produção que pode desenvolver-se paralelamente ao circuito artístico convencional – não se vê frequentemente trabalhos de web arte em espaços como galerias e grandes eventos das artes em geral.

De outro lado, porém, ainda que exista essa independência, é visível que os artistas que produzem web arte buscam se aproximar das instituições artísticas e estas, por sua vez, vêm gradualmente observando essa produção especialmente por suas fortes nuances contemporâneas: o ato de estar em rede hoje é o que fora a invasão do vídeo (ou da televisão) em décadas atrás.

Atualmente, podemos entender a produção que faz uso da rede Internet dialoga com três condições que são significativamente representativas de diferentes práxis. É necessário assinalar que se trata de diferentes direcionamentos que muitas vezes são complementares e não que possuem qualquer pretensão classificatória de abarcar toda a produção presente na rede. Em especial, nas três situações, observamos trabalhos que já constituem elementos históricos da web arte e que nos direcionam a entender as situações presentes enquanto partes de um percurso já consolidado.

Este texto foi retirado da Web - Internet e apenas realizamos um recorte. Temos diversas fontes de informação. Termo pesquisado no Wikipedia.

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