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SISTEMAS DE REALIDADE VIRTUAL

  • Foto do escritor: TUDOIMAGEM
    TUDOIMAGEM
  • 26 de dez. de 2017
  • 3 min de leitura

Este é um texto fruto de um recorte das ideias essenciais, sob meu ponto de vista, do texto VIRTUAL E HIPERTEXTO, SISTEMAS DE REALIDADE VIRTUAL de André Parente.

O termo realidade virtual surgiu no final dos anos 60 para designar um conjunto de tecnologias de visualização com ajuda do computador. O desenvolvimento dessas tecnologias levou à criação do simulador de vôo que é, para a grande maioria das pessoas, sinônimo de realidade virtual. De fato, os simuladores de vôo chegaram a uma tal sofisticação que muitos pilotos descrevem os vôos simulados como se eles fossem tão verdadeiros quanto os vôos reais.

Jean-Louis Weissberg estabeleceu uma primeira classificação dos dispositivos virtuais[1] em seis diferentes modos de interrelação do real com o virtual. O primeiro (apresentação do real pelo virtual) pode ser exemplificado pelo capacete de visualização criado pela equipe de Michael McGreevy, da NASA, que possibilita a pilotos voando em velocidades acima de Mach 2 visualizar imagens simuladas dos terrenos sobrevoados. Esta técnica faz da realidade virtual uma espécie de protótipo dos sistemas de visão artificial do futuro.

O segundo tipo (interpretação do real pelo virtual) remete às diversas experiências de visualização no campo científico realizadas hoje nos laboratórios com o auxílio de simulações produzidas por imagens de síntese, cujo exemplo clássico é o conjunto de algorítmos de Mandelbrot (os fractais). A terceira modalidade (prolongamento do real no virtual por contiguidade) encontra numerosas aplicações: um sistema de consulta documentária possibilita ao usuário folhear um livro virtual através de movimentos executados numa tela tátil; uma obra de arte produzida por Michel Bret e Edmond Couchot permite soprar um pena virtual. O quarto tipo (injeção do real no virtual) encontra muitas aplicações no campo da animação, sob o nome de captura de movimento: através dos sistemas de tele-detecção - capacete, luvas e roupas de dados -, o tele-ator pode animar corpos e universos virtuais.

O quinto (ver o virtual por uma janela real) é exemplificado por uma escultura dissimulada: um monitor apresenta um espaço representado virtualmente. Cada movimento do monitor real provoca um deslocamento correspondente no espaço representado. O último tipo (telepresença real no virtual) apresentado por Weissberg remete às experiências que a Nasa segue fazendo em um projeto intitulado realidades artificiais. Nele, graças aos sistemas de telepresença, os engenheiros da NASA podem realizar o velho sonho da ação à distância. As modalidades quatro, cinco e seis são variações do terceiro tipo, que por sua vez remete ao primeiro.

Na verdade, podemos operar uma síntese na tipologia de Weissberg, reduzindo-a à dois tipos de base: interpretação do real pelo virtual e apresentação do real pelo virtual. Curiosamente, essa síntese nos levaria a distinguir pelo menos dois campos de aplicação: as teorias do caos (modelos de compreensão do real) e os sistemas de realidade virtual (sistemas de visualização de dados).

A análise de um conjunto de fenômenos físicos ditos caóticos dá lugar a novos modelos de interpretação do real pelo virtual: auto-similaridade, auto-organização, sistemas dinâmicos dissipativos. O que une as diversas disciplinas que estudam os sistemas dinâmicos caóticos, quer na matemática, quer na física, quer na biologia, é que nelas o mundo não se divide mais em grupos de diferentes objetos estanques, mas em grupos de diferentes interações, que se tornam mais e mais complexas quando se passa ao estudo dos sistemas abertos, os organismos vivos. Para quebrar de uma vez por todas com o determinismo clássico, e romper com a mecanologia ocidental, para desatar o nó que retém o novo, a ciência contemporânea pensa o virtual como condição de possibilidade das interações reais.

Os dois principais sistemas de realidade virtual são os sistemas de visualização de imagens (realidade virtual, ambiente virtual e realidade artificial) e os sistemas de comunicação em rede (ciberespaço). Estas duas linhas de pesquisa se desenvolveram por meio de projetos militares, em particular nos laboratórios da NASA e do M.I.T. Por causa de suas conotações metafísicas, a realidade virtual é mais comumente designada, nesses laboratórios como ambientes virtuais, mundos virtuais ou realidades artificiais.

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